Há 15 anos
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Das saudades antecipadas
Nesse fim de semana recebi uma notícia já esperada, mas para a qual, descobri depois, eu ainda não estava preparada: meu pai vendeu a casa dele.
Claro, ele vai mudar, já tem endereço certo, mas eu ainda tinha uma certa esperança de que a casa antiga iria ser, no máximo, alugada. E por que a venda da casa me deixa triste? Porque essa casa existe desde os meus 3 anos. Não existia antes, meus pais que mandaram construir. E ali, naquele pedaço de terra, vivi grande parte da minha infância e adolescência.
Vai ser muito esquisito passar lá na frente daqui a uns meses e não poder entrar. Fiquei pensando na primeira vez que fui à cidade da minha vó depois da morte dela. Foi um saudade tão esquisita ver a casinha dela mas saber que eu não poderia entrar portão adentro chamando por ela...
Ainda bem que, no presente caso, ninguém morreu, então essa saudade não vou sentir. Mas claro que coisas e lugares representam pessoas, sentimentos, objetos, animais de estimação... e quando as coisas e lugares se vão, parece que um pedaço do resto se vai também.
Tenho a sorte de ser (ou me considerar) uma pessoa altamente adaptável. Sofro sim com as mudanças, mas também gosto de ver o lado bom das coisas novas. Sei que, no novo endereço do meu pai, também terei a oportunidade de criar novas lembranças boas - aliás já venho fazendo isso. Mas o que sinto agora são saudades antecipadas de um lugar que fez parte da minha vida por quase 25 anos... é como quando a gente termina o segundo grau: feliz por estar entrando numa nova fase, mas triste por saber que muito provavelmente não verá mais aquelas pessoas que foram tão presentes na sua vida...
Saudades, casinha! Espero que seus novos moradores sejam muito felizes aí! :´)
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Um comentário:
É, eu já senti isso. Quando me mudei do Guará para Octogonal foi um choque. Não conhecia ninguém, o lugar me era estranho, eu queria voltar. Meus pais estavam muito felizes, nós passávamos lá de vez em quando para que eles comemorassem a vitória, mas todos sentiam um aperto no peito lembrando os muitos bons momentos que vivemos ali. Mas chega o dia em que você não passa mais na frente da sua antiga casa e quando, sem querer, passar não reconhecerá mais nada.
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