sexta-feira, 16 de abril de 2010

Eu sou uma menina...


Eu sei que grande parte das pessoas morrem de medo de envelhecer, e eu não estou fora dessa. Sei também que há um fenômeno de diminuição da infância, início precoce e término tardio da adolescência. É, nós, que já estamos nos 20 e tantos anos, já ouvimos diversas vezes (principalmente dos nossos pais): "Eu, quando tinha sua idade, já era casado com 3 filhos pequenos pra cuidar! E você aí, nessa vida de farra..."

Ontem foi aniversário do pretinho - o último antes dos 30 anos - e comentei com ele que vou ter uma crise escrota quando eu fizer 30. Não é brincadeira. Não é à tôa que quero começar uma terapia logo!

Claro, talvez minha cabeça esteja em outra quando eu chegar lá... mas sei lá, fico com a impressão que minha alma não acompanha o passar dos anos. Não é nem minha mente: vejam bem, sou formada em dois cursos superiores, faço pós-graduação, sou servidora pública a 5 anos, sou casada, pago aluguel, tenho conta no banco... a mente já está até bem amadurecida! Mas a alma... a alma só quer colo de mãe quando algo de ruim acontece. A alma se chateia quando o segurança do Gate's não pede mais minha identidade... A alma ainda acha que não está pronta pra se responsabilizar por uma criança... e por aí vai!

Pois é, me sinto uma menina! As vezes que tentei usar um terninho pra trabalhar, me olhava no espelho e via que não era eu! Não acho que eu combine nem um pouco com terninho! Mas ah! calça jeans, melissa e all star é comigo mesma! Sim, sei que posso estar parecendo ridícula aos olhos de alguns, mas não consigo ser diferente, pelo menos não por enquanto. Outra coisa, eu acho surreal eu ter contrato de aluguel! Como assim ninguém se responsabiliza por mim??

Esses dias fui tomar a vacina do H1N1, e alguns sabem que minha pressão cai quando me furam hehehe. Por isso, sempre me garanto levando alguém pra me segurar quando vou tirar sangue, tomar vacina, essas coisas. Nesse dia, eu ia levar minha mãe, como sempre, e acabaram indo também meu padrasto e minha vó! Três pessoas pra segurarem a mão da criancinha aqui hahaha. Meu padrasto até perguntou: "Você não tem vergonha não?" e eu disse: "Vergonha eu tenho, eu não tenho é coragem!" hehehe

Em muitos aspectos eu não quero crescer, adoro ser paparicada, adoro ser caçula e adoro ter o apoio da minha família em tudo! Será que, pra crescer de vez, precisamos ser radicais e cortar o cordão umbilical sem dó? Ou podemos ser eternas crianças, pelo menos aos olhos dos nossos pais?

2 comentários:

La Berçot disse...

Mari, vc conseguiu escrever bem muito do que sinto. Eu posso te dizer que tudo isso q vc falou está 100% de acordo do que 99% das pessoas de vinte-e-xis anos sentem...

=*

Drixz disse...

Ih, amiga. Esse é um tema complicado. Deve ser bem mais difícil crescer quando sempre se teve alguém para te paparicar ou ficar ao seu lado. Quando se tem que fazer as coisas sozinha antes do tempo "esperado" tudo acaba ficando menos traumático na vida adulta. EU acho que talvez vc tenha q buscar um equilíbrio, nem 8 nem 80. O problema de se recorrer a família sempre mesmo quando a coisa não é tão séria, é que vc vai ter sempre que ouvir o que não quer e o pior, o que não concorda. Ser independente não é apenas uma questão bancária. É ter culhões para enfrentar e resolver um problema que muitas vezes a gente mesmo causou. Eu acho que uma certa distância da família ajuda a não ficar nesse conflito entre infância e vida adulta. Mas é meio complicado falar, afinal, a minha criação foi bem difente da sua.